Egito Antigo


Com uma região envolvida por um deserto no nordeste da África, o rio Nilo adquiriu muito mais que uma extrema importância, ele ganhou um reconhecimento sagrado para os egípcios. A cultura egípcia possui apesar de antiga possui uma enorme desigualdade social, na qual possuía um faraó que governava, considerado autoridade máxima e visto por muitos como um ‘’deus’’. Sua religião se tornou uma das mais ‘’misteriosas’’ de todo o mundo pois era repleta de mitos e crenças diferentes e acreditavam na existência de deuses.
           A melhor explicação para a importância do rio Nilo para o povo do Egito está escrita no hino, desenvolvido por eles ainda na Antigüidade e também na célebre frase do filósofo e historiador grego Heródoto:
"Salve, ó Nilo! Ó tu que manifestaste sobre esta terra e vens em paz para dar vida ao Egito. Regas a terra em toda a parte, deus dos grãos, senhor dos peixes, criador do trigo, produtor da cevada... Ele traz as provisões deliciosas, cria todas as coisas boas, é o senhor das nutrições agradáveis e escolhidas. Ele produz a forragem para os animais, provê os sacrifícios para todos os deuses. Ele se apodera de dois países e os celeiros se enchem, os entrepostos regurgitam, os bens dos pobres se multiplicam; torna feliz cada um conforme seu desejo... Não se esculpem pedras nem estátuas em tua honra, nem se conhece o lugar onde ele está. Entretanto, governas como um rei cujos decretos estão estabelecidos pela terra inteira, por quem são bebidas as lágrimas de todos os olhos e que é pródigo de tuas bondades." Essa é uma das frases que mais bem representa a importância do rio : "O Egito é uma dádiva do Nilo."
               Em síntese, pode-se dizer que a vida só se tornou possível nas terras do Egito por causa do grande rio Nilo. Anualmente, de junho a novembro, chovia nas nascentes deste, o que provocava inundações e o aumento do nível da água. Neste período as cheias arrastavam tudo que estivesse às margens e, consequentemente, impedia a agricultura.
No entanto, quando as águas voltavam ao nível normal, uma grossa camada de limo fertilizante (húmus) era deixada sobre a terra, propiciando o cultivo de todos os tipos de cereais, frutas e outras culturas. Desse modo, povos que antes foram nômades logo se fixaram no vale do Nilo, originando a próspera civilização egípcia. A economia egípcia também pela agricultura que era realizada, principalmente, nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Os trabalhadores rurais eram constantemente convocados pelo faraó para prestarem algum tipo de trabalho em obras públicas (canais de irrigação, pirâmides, templos, diques).
A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo que o faraó era a maior autoridade, chegando a ser considerado um deus na Terra. Sacerdotes, militares e escribas (responsáveis pela escrita) também ganharam importância na sociedade. Esta era sustentada pelo trabalho e imposta pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Os escravos também compunham a sociedade egípcia e, geralmente, eram pessoas capturadas em guerras. Trabalhavam muito e nada recebiam por seu trabalho, apenas água e comida.
            Em questões religiosas, eles acreditavam na existência de vários deuses (muitos deles com corpo formado por parte de ser humano e parte de animal sagrado) que interferiam na vida das pessoas. As oferendas e festas em homenagem aos deuses eram muito realizadas e tinham como objetivo agradar aos seres superiores, deixando-os felizes para que ajudassem nas guerras, colheitas e momentos da vida. Cada cidade possuía deus protetor e templos religiosos em sua homenagem.
Os egípcios acreditavam também na vida após a morte, mumificavam os cadáveres dos faraós colocando-os em pirâmides, com o objetivo de preservar o corpo. A vida após a morte seria definida, segundo crenças egípcias, pelo deus Osíris em seu tribunal de julgamento. O coração era pesado pelo deus da morte, que mandava para uma vida na escuridão aqueles cujo órgão estava pesado (que tiveram uma vida de atitudes ruins) e para uma outra vida boa aqueles de coração leve. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam : chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia(capacidade de voar), escaravelho (ligado a ressurreição).
O Egito destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano.
Na arquitetura podemos destacar a construção de templos, palácios e pirâmides. Estas construções eram financiadas e administradas pelo governo dos faraós. Grande parte delas era erguida com grandes blocos de pedra, utilizando mão-de-obra escrava. As pirâmides e a esfinge de Gizé são as construções mais conhecidas do Egito Antigo.
           

            Aqui segue algumas curiosidades sobre o Egito para quem quiser se aprofundar mais no assunto:

1 - Um Faraó nunca deixava seu cabelo ser visto, ele sempre vestia uma coroa ou um toucado chamado nemes, que ficou famoso com a máscara dourada de Tutankamon (foto acima).

2 - Para afastar as moscas de perto, Pepi II do Egito sempre mantinha vários escravos nús perto dele. Os corpos dos escravos eram untados com mel, para atrair as moscas.

3 - Tanto as mulheres quanto os homens egípcios usavam maquiagem. Eles acreditavam que a maquiagem tinha poder de cura.

4 - Como o uso de antibióticos só foi possível a partir do século 20, a medicina popular era muito famosa antigamente. Os egípcios, por exemplo, usavam pães mofados para curar infecções.

5 - As crianças egípcias não usavam roupas até à adolescência. Isso se devia às altas temperaturas da região. Os homens egípcios vestiam saias e as mulheres vestidos.
6 - Ninguém sabe quem destruiu o nariz da Esfinge (imagem acima). Segundo lendas, o nariz teria sido arrancado por balas de canhão da artilharia de Napoleão Bonaparte ou também por tropas britânicas, até mesmo pelos mamelucos. Todavia, desenhos da esfinge feitos por Frederick Lewis Norden em 1737 e publicados em 1755 já ilustram a estátua sem o nariz. O historiador egípcio al-Maqrizi, do século XV, atribui o vandalismo a Muhammad Sa?im al-Dahr, um fanático sufi que, em 1378, após observar que camponeses deixavam oferendas à esfinge na esperança de aumentar suas colheitas, teria destruído a parte mais frágil da estátua.

7 - Os egípcios ricos usavam perucas enquanto os mais pobres deveriam usar cabelos longos que podiam ser amarrados com rabo de porco. Até os doze anos, os garotos egípcios tinha que manter a cabeça raspada, para os proteger de pulgas e piolhos.

8 - Os egípcios acreditavam que a terra era plana e redonda (como uma pizza) e que o Rio Nilo descia para o centro dela.

9 - Os soldados egípcios eram usados como uma força policial interna. Também eram usados para coletar impostos para o Faraó.

10 - Em todos os templos no Egito antigo os faraós podiam realizar as obrigações dos altos sacerdotes, mas geralmente seu lugar era ocupado por um sacerdote chefe.
11 - A primeira pirâmide (A Pirâmide de Degraus de Djoser construída por volta de 2600 a.C. - foto acima) originalmente tinha 62 m, com uma base de 109 m x 125 m, e era revestida por pedra calcária branca polida. Ela continha 15 portas, mas apenas uma delas abria.

12 - A mulher no Egito antigo gozava de igualdade legal e econômica com o homem. Apesar disso, não gozavam de igualdade social com o homem.

13 - Ao contrário da crença popular, esqueletos encontrados mostram que os construtores das pirâmides eram realmente egípcios que tinham a confiança do Faraó para trabalhar nesse grandioso projeto. Anotações feitas nas pirâmides mostram que eles tinham orgulho desse trabalho e que se dividiam em grupos.

14 - Quando um corpo era mumificado, seu cérebro era removido por uma de suas narinas e seu intestino também era retirado e colocado em jarros. Cada orgão era colocado em um jarro separado. O único orgão interno que não era removido era o coração, pois os egípcios achavam que ele era a morada da alma.

15 - Ramsés O Grande teve oito esposas oficiais e quase cem amantes. Ele viveu até 1212 a.C. quando morreu com 90 anos.
                                                                                                  
Manuelly Figueiredo. 

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